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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Perigo laranja: Robben comanda passagem da Holanda às quartas

Ter a Holanda pela frente não é exatamente uma boa notícia. Ter a Holanda pela frente com Robben em campo é um pouco pior. Mas complicado mesmo é ter a Holanda pela frente com Robben voando. O camisa 11 voltou nesta segunda-feira a um lugar que sempre foi seu e comandou a vitória de 2 a 1 da Laranja sobre a Eslováquia. Com o resultado, a equipe que também tem Sneijder, Kuyt e Van Persie está nas quartas de final da Copa do Mundo. O adversário sai do duelo entre Brasil e Chile, ainda nesta segunda, às 15h30m (de Brasília).
O jogo no Moses Mabhida, em Durban, apresentou Robben como titular pela primeira vez na Copa. Recuperado de uma lesão muscular que chegou a colocar em dúvida sua presença no Mundial, o camisa 11 fez o gol da vitória, criou outras chances e deixou os colegas na cara do gol. Mostrou que, apesar de ainda não estar nas condições físicas ideais, continua sendo a figura central da equipe laranja. Em ótima fase, Sneijder, em bela jogada de Kuyt, ampliou. E, no último lance da partida, Vittek descontou em cobrança de pênalti.
A partida encerrou o sonho dos eslovacos, animados depois de mandarem a atual campeã, a Itália, de volta para casa na primeira fase. Os azarões deixam o Mundial com uma imagem positiva. Nesta segunda, eles encararam a Holanda de frente e tiveram chances claras para empatar a partida no segundo tempo.
A Holanda duelará com Brasil ou Chile na próxima sexta-feira. O jogo será em Porto Elizabeth, às 11h (de Brasília).
Senhoras e senhores, Robben está de volta
Cada dia de recuperação, cada careta de dor, cada unha roída de ansiedade: tudo foi resumido em um segundo para Arjen Robben. Naquele segundo (um pouco mais, um pouco menos) que a bola demorou para sair do pé de Sneijder, genial, e atravessar o campo, Robben deve ter lembrado de tudo. Quando ele pegou a jabulani pela direita, de frente para dois marcadores, puxou para o meio e deixou Durica e Zabavnik perdidos, deve ter lembrado das dúvidas, dos temores, do risco de ver uma lesão no coxa tirá-lo da Copa do Mundo. E aí Robben chutou: no canto, matemático, no contrapé do goleiro Mucha, no único espaço que o adversário não poderia alcançar. O encontro da bola com a rede, com o atacante já correndo para dar liberdade à alegria trancada no corpo, foi um aviso: senhoras e senhores, Arjen Robben está de volta.
Robben não jogou contra a Dinamarca. Também não enfrentou o Japão. Diante de Camarões, só foi a campo por 20 minutos. Estava sendo guardado a sete chaves para a hora do “vamos ver”. E a Eslováquia viu. É difícil se colocar no lugar dos zagueirões eslovacos: olham para um lado, vêem o Kuyt; olham para o outro, aparece Robben; olham para a frente, surge o Van Persie; na armação, mais atrás, Sneijder. É de arrepiar.
Mas eles não arrepiaram. A Eslováquia começou o jogo peitando a Holanda, deixando bem claro que poderia fazer com ela o mesmo que fez contra a Itália. A partida teve largada agitada, com lances lá e cá. Lá: Weiss, filho do técnico, se livra de dois marcadores e aciona Jendrisek, que manda por cima com um minuto de jogo. Cá: Robben, pelo meio, deixa a bola com Sneijder, que bate por cima. Lá: Hamsik avança e manda chute perigoso, sobre o gol holandês. Cá: Kuyt cruza, e Van Persie manda de cabeça uma bola que desvia no braço de Zabavnik antes de sair.
Lá e cá, cá e lá. Por dez minutos. Em um jogo tão equilibrado, pesa a qualidade técnica do jogador. Sneijder, antes de tirar da cartola o lançamento de quase um campo inteiro para Robben, já havia perdido um gol. O meia recebeu de Van Persie e, de frente para a meta, bateu fraquinho, nas mãos de Mucha. Errou uma vez. Não erraria a segunda.
O diferencial na Holanda versão 2010 é o efeito camaleão, a capacidade de se adaptar ao clima da partida: se tem como jogar bonito, tenta jogar bonito; se não tem como, vai com pragmatismo mesmo. Os laranjas, quando fizeram o gol, não saíram pelo campo tabelando de calcanhar, escondendo a bola sob a chuteira, tentando dar aquele espetáculo tão relacionado ao futebol do país. Nada disso. Preferiram ser compactos. Resultado: a Eslováquia passou o resto do primeiro tempo correndo o tempo todo para lugar nenhum, sem realmente ameaçar.
Robben incomoda, goleiro salva e Sneijder marca
Robben voltou infernal para a segunda etapa. Com quatro minutos, pegou a bola pela direita, puxou para o meio e mandou de perna canhota. A trave direita do goleiro Mucha sentiu o vento da jabulani passando ao lado dela, pertinho. após desvio do arqueiro. Mais um minuto, mais Robben. Pela esquerda, ele mandou na área para Van Persie completar. Mucha salvou a Eslováquia novamente.
A Holanda deixou de matar cedo um adversário disposto a renascer. Não faltaram chances para o empate. Stoch, aos 21, fez o bom goleiro Stekelenburg espalmar para escanteio um chute da entrada da área. Na sequência, após a cobrança do córner, Vittek recebeu livre, de frente para a meta, e também parou no camisa 1 holandês. O artilheiro eslovaco teria outra oportunidade mais tarde, em chute por cima do travessão.
A Holanda vivia momentos de perigo. O técnico Bert van Marwijk resolveu agir. Aos 25 minutos, tirou Robben, cansado. Aos 35, Van Persie, mais uma vez discreto. Colocou Elia e Huntelaar. Na prática, não fez grande diferença. O panorama seguiu igual, com a Eslováquia tentando, em vão, repetir um milagre que não acontece todo dia.
E quem chegou à rede foi a Laranja. Mais pelos espaços deixados pela Eslováquia do que por merecimento. Kuyt fez bela jogada pela esquerda, se livrou do goleiro com um toque de cabeça e rolou para Sneijder, um coadjuvante de luxo para Robben. O meia fuzilou a rede.
O esforço da Eslováquia acabou sendo premiado nos acréscimos. Aos 47, Jakubko recebeu na área e caiu após tentar driblar o goleiro Stekelenburg. Pênalti marcado. Vittek cobrou bem, no canto direito. Mas nem teve tempo de comemorar o seu quarto gol no Mundial. O árbitro espanhol Alberto Undiano encerrou o jogo após a bola tocar na rede. Apito que confirmou que a Holanda está no caminho do Brasil.

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