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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Empresário aplica Golpe de R$ 95 milhões

A Polícia Civil abriu inquérito ontem para apurar um golpe milionário que pode ter vitimado pelo menos 2.000 pessoas em Minas. A estimativa é que o prejuízo acumulado nos últimos quatro anos chegue a R$ 95 milhões. No centro das investigações está o empresário Thales Emanuelle Maioline, dono da Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, com sede em Belo Horizonte, que sumiu sem explicar onde está o dinheiro entregue a ele pelos investidores.
A denúncia é que através do fundo de investimentos que recebeu no sugestivo nome de "Clube dos Vencedores", a Firv Consultoria tenha se apropriado do dinheiro entregue por pessoas das mais diversas profissões, atraídas pela oferta de rendimentos acima da média normal de mercado. A irmã de Thales, Iany Maioline, e o sócio dos dois, Oséias Marques Ventura, também são investigados.
Ontem, pelo menos 11 funcionários da Firv Consultoria, que também investiram nos negócios da empresa, formalizaram denúncia de estelionato contra Thales e os sócios. A empresa tem sede no bairro Buritis, região Oeste da capital, mas mantém escritórios nas cidades de Nova Lima, Itabirito e Itabira, onde há muitas pessoas lesadas.
Há relatos de investidores que tiveram prejuízo de até R$ 3 milhões. "Trabalhamos com a suspeita de estelionato, falsidade ideológica, crime contra o consumidor e crime contra o sistema financeiro", disse o titular da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes contra o Patrimônio da capital, delegado Anselmo Gusmão. O golpe teria sido descoberto depois que um investidor requisitou um saque de R$ 3 milhões. Pressionado, Maioline deixou Belo Horizonte, na última sexta-feira, com a desculpa de que assinaria um contrato de R$ 20 milhões, em São Paulo. Desde então, não foi mais visto.
IntimaçãoDenunciada, a empresa Firv Consultoria agora é alvo de um inquérito policial por estelionato e falsidade ideológica. Hoje, os sócios de Thales Maioline, que está desaparecido, deverão se apresentar à polícia. Iany Maioline e Oséias Marques Ventura foram intimados a prestar esclarecimentos, às 9h, na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes contra o Patrimônio.
Ontem, os sócios ficaram trancados na sede da empresa, no bairro Buritis, na região Oeste da capital, durante todo o dia. Eles saíram sem dar declarações.
Os únicos que falaram com a imprensa foram os investidores que lotaram a porta da Firv assim que souberam do sumiço do empresário, responsável por recolher o dinheiro usado no investimento. A todo momento, chegavam investidores de várias partes do Estado. Desde pessoas que contaram ter investido as únicas economias, algo em torno de R$ 40 mil, até grandes quantias que chegam a R$ 3 milhões.
As vítimas foram informadas pelos dois parceiros de negócios do investidor de que eles também foram vítimas de Maioline. O advogado deles, Marco Antônio de Andrade, garante que os dois são inocentes. (Com Tatiana Lagôa)
ExtratoO delegado Anselmo Gusmão atestou que um extrato achado na última segunda-feira por funcionários da Firv na empresa é falso. O papel encontrado era apenas uma cópia, e o documento da Bolsa de Valores trazia o valor de R$ 95 milhões. Os funcionários denunciam que Maioline viajou para São Paulo acompanhado de duas mulheres e um motorista, na sexta-feira, mas ordenou que os três voltassem no mesmo dia. Investidores lamentam prejuízo
Para as pessoas que investiram nos negócios da Firv, o sonho de conseguir multiplicar o dinheiro a cada mês se tornou um verdadeiro pesadelo. Para participar, muitos clientes venderam carros, casas e fizeram empréstimos altos em bancos.
Chorando, um dos funcionários da empresa e que tinha apostado as fichas no negócio contou que investiu R$ 2 milhões. Agora, não tem esperança de ter o dinheiro de volta. “Vendi tudo o que tinha: casa, carro e lote em Itabirito e vim pra cá trabalhar. Agora me sinto um grande idiota”, lamentou.
Um vendedor, também de Itabirito, que não quis se identificar, disse que ficou encantado com a possibilidade de ter lucro alto e vendeu o único carro, fruto de anos de economia. A cada mês, ele pegava o rendimento que recebia em conta e parte do próprio salário para voltar a investir. Agora, lamenta a perda de R$ 80 mil.
Um outro funcionário da Firv contou que abandonou o antigo emprego atraído pela oferta do patrão, agora desaparecido. Mas, agora, além de perder os R$ 250 mil, o rapaz diz que está sendo cobrado pelas pessoas que ele apresentou ao investidor. Com vergonha, as vítimas não quiseram se identificar.
Ainda em Itabirito, um vereador investiu R$ 10 mil, após ver vários amigos recebendo mensalmente os rendimentos dos valores que depositaram. “O Thales (dono da empresa) conseguiu credibilidade com todo mundo. Eu conheço empresários que colocaram milhões naquela conta”, disse o parlamentar, sem se identificar. (TL)